quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

As coisas precisam de forma para voar



" Ninguém pode suportar a redutora realidade de uma existência dirigida! Tanta ideologia fundindo a cuca de nossa gente . É hora de acreditar no poder das nossas palavras, do nosso corpo, da nossa vontade, da nossa amizade...Digo isso agora, depois de tirar o último Paulo Coelho da cartola, jurei a mim mesmo que era o fim da caretice; O que fizeram do nosso corpo? Escravo do medo violento de se mover para onde não deve, a ele devemos a liberdade que ainda conheceremos e que talvez já tenhamos tocado algum dia. O que fizeram das nossas palavras? rocas, trágicas, ensimesmadas. Já não as ouço desde antes de ontem.Caminhava sozinho por um caminho cheio de verde, das mais diversas tonalidades, quando me veio à mente uma frase: "As coisas precisam de forma para voar"E o sol poente lançou-me a mais terrível pergunta. "Tu queres ser minhoca ou borboleta?" Depois de um pouco pensar, resolvi assumir os perigos da Linguagem e viver apenas o que me cabe. Tornei-me então a terrível lepidóptera colorida e voei por sobre os seres dos mais diversos sonhos e prazeres...
A noite amanheceu meu corpo. "

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009


" Escrever como quem respira; como quem busca na Literatura aquilo que nunca houvera encontrado em lugar algum. Algo que nem mesmo a Literatura pode alcançar, mas para o qual ela sempre está a caminho. Um mistério indecifrável, segredos, o absurdo da existência, as nossas vontades escondidas atrás das grades de grandes ideologias falidas. Escrever como quem se mostra responsável por seus próprios pensamentos. Escrever no intento desesperado de mostrar a todos, com poucas palavras, um abismo assustador chamado espanto, origem imperante de todo instante poético. "